15 de jul. de 2012

Relato de um domingo de sol que ainda não acabou

Acordei, solzinho, e me debandei para a EcoSOL. Bem agasalhada, já dei minha caminhadinha, fui a pé, claro. Dia bem frio, mas um escândalo de tão bonito.
A Feira Solidária está enorme, adoro feiras e mercados (não supermercados, mercados públicos mesmo), muitas tendinhas, frutas, plantas, cereais, roupas, quitutes, coisas para casa, produtos típicos (indígenas, brasileiros, da América Latina, de quilombos, etc.), uma babel, bem como gosto.
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Meus surtos de hipersensibilidade voltaram, não tão fortes ou duradouros, mas tenho lá meus momentos...Estava eu, andando pela feira, e me emocionei vendo aquela gente toda, de vários lugares, com várias histórias, congregados, em uma economia solidária, em paz, colaborando. Eu acredito que é possível e me emocionei. Não emoção metafórica, mas enchi os olhos de lágrimas mesmo. Minhas lágrimas são mais de emoção do que de tristeza. Presencio uma cena bonita e me comovo toda, ando assim. E lá fui eu, copo de quentão na mão (não, não foi por isto que estava hipersensível hehehe) e tentando controlar o choro. Talvez seja coisa de aquariano, mas ver toda aquela mistureba de gente, de cores, de culturas, me toca até o fio do cabelo!
Levei pouco dinheiro, nem me lembrei deste "detalhe" (não se acha nada a cartão), mas ainda bem que levei um talão de cheques com 3 folhinhas. Comprei um poncho pela bagatela de 90 reais (sim, NOVENTA!), mas fruto de pesquisa, porque em outra barraca queriam 280 (hã?!); uma estatueta de Bast, dois bolinhos de milho por 1,50 (com um sabor de feito em casa que faziam anos que eu não sentia) e gengibre cristalizado.
Bem, agora a parte ruim, muito ruim, chocante até. Passei numa barraquinha e vi um senhor, com um potes que pareciam aquários e uns potinhos. Com peixes. Pensei, ah, são de plástico, vai ver que é um aquário artificial e que são uns peixinhos pra enfeitar. Isso até eu perceber, HORRORIZADA, que alguns peixes se mexiam e estavam vivos, ou melhor, agonizando naquele potinho. AH, não me fiz de rogada e falei bem, mas bEEEm alto: que horror, que ignorância, que nojo, como pode??? Tinha um casal olhando e a mulher estava com a mesma expressão de choque que eu. Fui, direto, sem escalas, pra coordenação do evento e falei. A senhora que me atendeu me disse que já tinham reclamado disso, vendendo animais vivos, em condições degradantes, na feira, e que iria falar com a irmã Lourdes Dill (organizadora do evento). Eu confesso, me deu uma péssima impressão naquele ambiente tão legal. A meu ver caracteriza maus tratos. Saí chateada com isso, espero que ano que vem não tenha nada parecido, pois vou no primeiro dia de feira e já vou prevenida (=me preparando pra fazer um manifesto contra isso). Parecia até aquele negócio de peixes vivos em chaveiros que vendem na China!
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Uff...voltei, caminhando, passei no shopping perto de casa, almocei (feijão, arroz, aipim e salada...delícia) e voltei pro lar. Aqui, vejo a gataiada toda tomando sol e a benção que é viver.
Mel, na sua adoração diária ao sol

Clara Francesca em sua patrulha pelo apto

Benta, fazendo uma "paticura" em cima da lavadora de roupas
São coisas muito simples, muito prosaicas, as que me fazem feliz. Meu lema é: "felicidade é não ter dor". Meus filhos, não tendo dor, tudo o mais é felicidade, tudo o mais é benção. O sol, a comida, poder se deslocar, interagir com outras pessoas (especialmente, as educadas), tudo!
Vou curtir o meu restinho de domingo com um chimarrão e cultivar a gratidão [e a paciência, e a tolerância e por aí vai, porque só com muita prática mesmo hehehe).
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6 comentários:

  1. Cris que programão. Linda a tua reação ao monetarismo puro e simples em uma feira de economia Solidária, com maus tratos a animais. Se permitires, roubartilharei tua postagem para ampliar por outros ares a repercussão. Um abraço e continues assim!

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  2. Não fui à Feira deste ano! Meus programas estão um tanto prejudicados em função de cuidados de saúde de familiares. Compartilho contigo na emoção de ver tanta diversidade reunida e também repudio os maus tratos com animais. Tenho certeza que a Irmã Lourdes não tinha conhecimento disso!
    Abraço!

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  3. Eu sempre fui uma pessoa muito sensível e coisas muito simples me emocionam, eu prefiro ser assim do ser indiferente às coisas boas e ruins que me cercam. Não tenho dúvidas de que os gatos são os animais mais felizes! O Barum e a Luna vivem chorando enquanto a Pink curte a vida, a Rutha em compensação viveu intensamente!
    Beijos
    Laís

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  4. Cris, acho interessante que as vezes entro no seu blog e me vejo na mesma sintonia que voce. Sabe que ando sensível e me emocionando por tudo. Já fiquei com a garganta apertada lendo seu post, chorei horrores essa semana com a partida da Rutha e tenho até evitado ler noticias que vão me deixar mais chorosa. Mas nào é choro de tristeza e sim de emoção, pois gosto da vida e graças a Deus ando muito feliz com minha familia, gatos e amigos.
    beijos

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  5. Amiga querida, que postagem linda, acho que estou descongelando hoje pois algumas lágrimas vieram aos meus olhos quando li tuas palavras. Descongelando literalmente, pois hoje o sol apareceu um pouquinho e encorajou-me fazer visitinhas atrasadas.
    Beijos, continue nos brindando com textos tão lindos e reais quanto este.
    Beth.

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  6. Oi amiguinha, estou passando para desejar uma semana linda, cheia de luz...Miauuuu

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É muito bom ler outras pessoas participando aqui mas, por favor, eu também quero comentar: retirem a verificação de palavras do blogue de vocês!
Obrigada!